BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: A INFLUÊNCIA DA AUSÊNCIA DO PAI PESSOAL NA FIXAÇÃO DOS GAROTOS NO COMPLEXO MATERNO.
Informações
LEANDRO SCAPELLATO CRUZ
Data publicação
10/10/2021
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Resumo
A relação mãe-filho é a relação com maior poder na psique dos indivíduos em desenvolvimento, principalmente na primeira parte da vida, quando o complexo do eu da criança ainda não está desenvolvido e há uma experiência relacional simbiótica com a mãe. Ao redor dessa experiência é que comumente o complexo materno é formado e, para que o indivíduo consiga se desenvolver e lidar com as exigências da vida, é preciso que o seu complexo do eu consiga força suficiente para se emancipar em relação a esse complexo materno. Quando isso não acontece, diz-se que o garoto foi engolido pela “mãe-dragão”. Na perspectiva defendida pela psicologia convencional, o pai pessoal é definido como aquele herói que vem para ajudar o garoto a matar essa mãe draconiana, tirando-o da morte e levando-o para vida. Mas os dados oficiais mostram que milhões de casas brasileiras funcionam em uma dinâmica monoparental, sem a presença do pai. Com base nessa realidade é que este trabalho tenta responder se “a ausência do pai pessoal é um agente causador, nos garotos, da fixação do complexo do eu no complexo materno para além do que seria considerado ‘adequado’ para o desenvolvimento desse complexo do eu”. Ou seja, se os garotos da atualidade estão fadados a se tornarem adultos presos psicologicamente à mãe. Por meio de revisão bibliográfica, analisou se essa relação mãe-filho, os ritos de passagem das populações tradicionais e o papel do pai. Cuidou-se também de mostrar como esses aspectos se encontram na atualidade e como o estado de maturidade da mãe pessoal pode interferir, independentemente da existência do pai pessoal, na liberação ou não do garoto para que ele cresça. E, por fim, chegou-se à conclusão de que o pai pessoal pode influenciar no desenvolvimento da psique do filho, mas não possui papel fundamental na emancipação do seu complexo do eu em relação ao complexo materno, e que a visão de pai-vida e mãe-morte merece uma atualização mais coerente com a realidade atual das famílias contemporâneas, levando em consideração a capacidade de adaptação da psique dos indivíduos.